POIS SEMPRE TEREMOS ASAS
Quais asas teria quem ama? Quais asas
Dariam ao vento infinitos e cores?
Do sonho ceifado em botão, que sabores
às poças sedentas dariam, tão rasas?
Criar, do divino, poemas e flores
E frutos e alumbres, raízes sob as casas
Que são feito frutas geradas nas brasas,
Seria, por fim, a missão dos amores?
Do reino das feras, os ódios, talvez
Cortando a magia com fútil rudez,
Tentassem o esforço final para emergir.
Mas somos rebentos do tempo de agora,
Finitos lampejos do sonho que aflora
- As asas nos surgem, febris, no porvir.
Segunda, 05 de maio de 2025
(Mais um soneto em arte maior - versos endecassílabos)