William Mendonça
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O ALERTA DAS CHUVAS

   Mesmo em um verão de baixos índices de chuva, como está sendo o atual, as anunciadas tragédias por conta dos temporais já começaram a acontecer. É difícil apontar na região metropolitana do Rio, na Região Serrana e na Costa Verde, um único município que não tenha passado por problemas graves decorrentes da chuva nos últimos dez anos.
   Há um certo “revezamento”, uma espécie de capricho da natureza - que faz “roleta russa” entre as diversas cidades, ao que parece, escolhendo aleatoriamente a vítima da vez. Em um ano, Angra, em outro, Petrópolis, Friburgo e Teresópolis, noutro, cidades do Norte Fluminense. Até mesmo Niterói, com a tragédia do Morro do Bumba, São Gonçalo, Itaboraí e Tanguá entraram, há poucos anos, nesta estatística.
   Os cientistas e ecologistas são quase unânimes em afirmar que os efeitos da mudança climática, causada pelo aquecimento global, já estão sendo sentidos claramente. Termômetros que passam dos 40 graus mais frequentemente, as secas são prolongadas, as chuvas mais intensas – isso para falar apenas dos efeitos mais óbvios no Brasil, já que no exterior até mesmo a intensidade e o número de furacões aumentou.
   Os novos governos, ainda na fase de se adaptarem à realidade e às especificidades de cada município, são, às vezes, colhidos de surpresa – caso claro agora de Alexandre Cardoso, novo prefeito de Caxias, que se deparou com a enxurrada em Xerém, causadora de destruição e mortes. Ele, que já estava sendo obrigado a resolver de forma emergencial problemas deixados pela administração anterior (coleta de lixo paralisada, saúde caindo aos pedaços), recebeu nas mãos uma emergência de grande porte e pouca ajuda.
   É claro que um novo governo tem que estar pronto para responder rapidamente a uma crise – as calamidades não escolhem hora nem lugar – mas é importante que a população também esteja atenta: ao primeiro sinal de chuva forte, é importante evitar áreas de beira de rio e de encostas. Em caso de dano estrutural em sua residência, a melhor iniciativa é abandoná-la e chamar a defesa civil. Sempre que possível, é válido manter uma rede de comunicação entre os vizinhos, para alertar dos riscos.
   Para uma coisa os novos governos devem ter tempo para trabalhar – para criar os planos de gestão de risco em suas cidades. Isso não é coisa que se faça do dia para a noite e depende de diversas análises técnicas, para que funcione e cumpra o real objetivo – evitar perda de vidas e de bens materiais. Não é justo que se cobre dos novos prefeitos o que é humanamente impossível fazer em prazo tão curto. O que se espera deles é que, caso alguma emergência como a enchente em Caxias aconteça, eles estejam trabalhando, ao lado do povo.
 
Publicado no JORNAL ITABORAÍ de 05/01/2013
 
William Mendonça
Enviado por William Mendonça em 11/01/2013
Alterado em 17/05/2021
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